Divórcio: o que fazer com o seu crédito habitação? - Credilink

Divórcio: o que fazer com o seu crédito habitação?

Uma das questões emergentes do processo de divórcio é a decisão de como resolver o crédito à habitação que está no nome dos dois titulares. Veja as alternativas para resolver o problema.
divórcio e o crédito habitação

Quando o casal decide divorciar-se ou separar-se, no caso de união de facto, tem de decidir como vai proceder relativamente ao imóvel que adquiriu em conjunto. Vamos dar-lhe um caso prático para que saiba, exatamente, que detalhes deve ter em conta nesta situação.

O Vasco e a Sofia casaram há doze anos e fizeram um crédito habitação, no valor de 100.000€ para a aquisição da casa onde habitam. À data de hoje, esse crédito tem um valor de 60.000€ e a casa está avaliada em 140.000€.

Decidiram agora divorciar-se e não sabem o que fazer com o crédito à habitação. Sabendo que o Vasco vai abandonar a casa e que será a Sofia a ficar a habitar nela, quais são as alternativas que têm para resolver a questão?

  1. Vender o imóvel.
  2. Manter o imóvel, no nome dos dois titulares.
  3. Desvinculação do crédito à habitação ou transferência de crédito.
  4. Compensações.

Explicando:

  1. Vender o imóvel:

A primeira alternativa é venderem o imóvel, liquidarem o capital em dívida do empréstimo e dividirem o remanescente. Cada um, com esse dinheiro, poderá dar entrada para um novo crédito à habitação e seguir as suas vidas, vivendo cada um na sua casa nova.

  1. Manter o imóvel, no nome dos dois titulares.

A segunda opção é manterem o imóvel no nome dos dois titulares. Neste cenário, o Vasco terá de contribuir com metade da prestação mensal até ao final do empréstimo, apesar de não estar a habitar no imóvel. Pode ser um entendimento prático, mas acaba por ser muito limitador para o Vasco que, recorde-se, não habita no imóvel, e fica sem capital para dar de entrada num novo crédito à habitação que queira fazer para uma nova casa.

  1. A terceira hipótese é o Vasco desvincular-se do crédito à habitação. Como?

É necessário fazer um contacto com o Banco e perceber se eles aceitam essa desvinculação, o que dependerá essencialmente da capacidade financeira da Sofia. Permanecendo como titular do imóvel, a Sofia pode não conseguir fazer face às prestações futuras sozinha, que, depois de uma análise por parte do banco, pode obter uma taxa de esforço muito elevada.

  1. Há lugar para algum tipo de compensação ao Vasco, uma vez que ele, embora desvinculado do crédito, fica sem o património imobiliário?

Em príncipio, o Vasco e a Sofia devem dividir o seu património líquido das dívidas existentes. No caso concreto do imóvel, ao valor de avaliação deve-se subtrair o capital em dívida do empréstimo, e o montante resultante deve ser dividido pelos dois. Neste exemplo, o valor que resulta desta operação são 80.000€ (140.000€ – 60.000€), significando que cada um tem direito a 40.000€. Este é o valor que a Sofia deverá compensar o Vasco relativamente ao imóvel.

Mas como é que a Sofia vai poder fazer esta compensação e, ao mesmo tempo, suportar a prestação mensal sozinha? Bem, a melhor forma de o fazer é renegociar o crédito junto do Banco, reforçando-o para obter capital que lhe permita compensar o Vasco. E, se renegociar o prazo, vai poder reduzir a prestação, ajustando-a à sua taxa de esforço.

A boa notícia é que pode fazer isto no seu Banco ou mesmo obter propostas de outros Bancos para fazer a transferência do crédito, com o reforço do capital pretendido. Hoje em dia, a generalidade dos Bancos tem campanhas promocionais de captação de créditos à habitação existentes e oferece todas as despesas inerentes à transferência.

Transferência de crédito à habitação
Quais os cuidados a ter.

Outra possibilidade a explorar para obter capital para pagar a compensação é recorrer a crédito pessoal, junto de uma qualquer entidade financeira, o que dependerá também da taxa de esforço que apresentar.

Existem assim várias ferramentas ao dispôr do Vasco e da Sofia para resolverem a questão do crédito à habitação e seguirem em frente com as suas vidas. A nossa recomendação é que consultem um especialista nesta matéria, como a Credilink, para obterem toda a informação que lhes permita optar pela melhor solução.