Taxa fixa ou variável no crédito à habitação: Qual delas escolher?

Taxa fixa ou variável no crédito à habitação: Qual delas escolher?

Comprar casa é um grande compromisso financeiro e pessoal que exige que conheçamos diferentes conceitos económicos, nomeadamente a escolha entre taxa fixa ou variável que irá determinar as prestações mensais a suportar. Afinal, qual a melhor opção?

A decisão entre a taxa fixa ou variável num crédito habitação é verdadeiramente nevrálgica! Conseguir aquela vivenda com jardim, quatro assoalhadas e bons acabamentos exige algo mais do que uma boa construção e preço baixo do imóvel: um bom crédito à habitação. Mesmo que conseguindo obter financiamento no montante que procuramos, é necessário garantir que as prestações mensais são confortáveis ao longo do prazo a que se escolher financiar.

É claro que, tais como os seus nomes indicam, uma das taxas irá permanecer constante ao longo de todo o prazo de reembolso e outra irá variar. Neste artigo explicamos com um pouco mais de profundidade o mecanismo por detrás destas taxas e algumas dicas para conseguir decidir adequadamente face à sua situação e preferências.

Como funcionam a taxa fixa e a taxa variável?

Em primeiro lugar, a taxa fixa é tão simples quanto parece: tem uma taxa estabelecida no início do contrato pelo que conseguirá saber de antemão a prestação que irá pagar ao longo de todo o prazo de pagamento de juros e devolução do capital emprestado. Para um empréstimo de 120.000€ para um imóvel cujo valor se situe nos 140.000€ num prazo de 30 anos, a TAEG situa-se perto dos 2,5%.

Para esta mesma simulação, com uma taxa variável, estamos perante uma TAEG prevista entre os 1% e os 2%.

Mas então porque não se escolhe sempre esta taxa?

Estes são mais baixos pois a taxa de juro forma-se com a soma de duas taxas: o spread e, na grande maioria dos casos, a Euribor. O spread corresponde ao lucro que o banco tem com a operação, e é uma taxa que se mantém fixa ao longo de todo o contrato de empréstimo. Já a Euribor é a taxa a que os bancos se financiam; tal como nós necessitamos dos empréstimos dos bancos para realizar algumas operações ao longo da nossa vida, os bancos recorrem aos bancos centrais, que detêm o monopólio de emissão de moeda, para financiar as suas atividades.

Assim, para um dado nível de moeda e grosso modo, quanto mais atividade económica e, consequentemente, bancária, maior será a Euribor. Ao longo dos 30 ou 40 anos de pagamento, estará então sujeito às flutuações, tipicamente semestrais ou anuais, que se forem dando nesta taxa de financiamento interbancário.

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A grande questão é: quais as vantagens e desvantagens da taxa fixa e variável no crédito habitação? 

A grande vantagem associada à taxa fixa é a completa previsibilidade com que conseguirá ver o que irá pesar no orçamento a prestação para a sua casa. E, à medida que for conseguindo ascender na sua carreira profissional, essa mesma prestação irá ter um menor peso no seu orçamento mensal.

Por outro lado, a taxa variável é, em condições normais, sempre mais baixa do que a taxa fixa à data da contração do empréstimo, o que é particularmente útil quando se está a começar uma carreira e o nível salarial ainda é mais baixo. Assim, permite-lhe gerir com maior facilidade as suas prestações mensais inicialmente, mantendo-se esta facilidade tanto quanto mais baixa for a Euribor.

Hoje, e já desde 2015, esta taxa situa-se em terrenos negativos significando que, para o cálculo da sua taxa de juro a pagar, em vez de acrescer ao spread, esta é-lhe subtraída! Algo que seria verdadeiramente impensável há 15 anos. No entanto, se tivermos como referência os últimos 20 anos para a observação da variação da Euribor, verificamos que esta esteve acima dos 5% duas vezes por períodos relativamente curtos, em 2000 e 2008. No longo prazo, são possíveis grandes variações, pelo que deverá ter isso em conta quando planeia as suas poupanças estando sujeito a um regime de taxas variáveis.

Em suma, cada uma destas duas soluções adequa-se a diferentes perfis financeiros e de risco, pelo que deverá sempre atentar ao que procura com o apoio gratuito do seu intermediário de crédito.

Como vai estar a Euribor no futuro?

A questão para o milhão de euros! É claro que se a euribor se mantiver negativa e baixa durante bastante tempo, esta será a melhor solução. Atualmente prevê-se que esta permaneça negativa até 2026, fruto da descida da inflação na União Europeia e a política monetária expansionista levada a cabo pelo Banco Central Europeu. Mas as variáveis monetárias e macroeconómicas, que se interligam com as decisões políticas e económicas do setor privado e público de cada país, não conseguem ser previstas a prazos muitos longos, pelo que, deverá acautelar esta perspetiva aquando da sua tomada de decisão!

Qual a oferta disponível no mercado para a taxa fixa e variável?

Cada uma das diferentes instituições financeiras tem as suas condições, vantagens e desvantagens. Navegar entre as letras pequenas dos contratos e percepcionar de antemão os desafios que uma escolha hoje impõem amanhã, pode parecer um bicho de sete cabeças, particularmente se não for versado nesta área.

Todavia, de forma completamente gratuita, poderá recorrer ao seu intermediário de crédito, a Credilink, e clarificar as suas ideias e preocupações relativamente ao seu crédito à habitação.

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